terça-feira, 8 de setembro de 2009

Não entendo porque todos precisam de justificativas ou bons argumentos. Nada pode ser simples a ponto de não precisar de uma justificativa. Ninguem aceita o que o acaso impõe, tem que ser justificado. Parece relatório. Na verdade, comigo, nada é premeditado. Infelizmente, ou felizmente, ainda não sei. As coisas acontecem e muitas vezes eu me perco nas cobranças de justificativas. Estacionado na minha inércia esperando os dados pararem. Me rotular é fácil. Escolha um velho clichê e aplique ao meu caráter. Já fiz força demais, para justificar demais. O coração é incerto e é mestre em se desviar de palavras. Disse tudo que era verdade quando era verdade. Não tenho culpa se o tempo muda algumas verdades por traquinagem.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Tranquilo

É impressionante como a tristeza ou a aflição é motivo de inspiração e criatividade literária. Quando tudo começa a se acalmar, ou se nós resolvemos nos acalmar, a inspiração foge da cabeça. Digo isso por experiência própria. Os textos tornam-se um pouco mais superficiais. As frases não têm o mesmo efeito. A literatura está, óbviamente, ligada com a inquietação da alma. Não dizendo que a minha está quieta, mas eu escolhi a calma dessa vez, o que reduziu a beleza dessas linhas. A mesma quantidade de pendências na rotina, mas sem pressa.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Que onda hein?!

Minha vida tem se baseado em refluxo. Como o mar, leva e traz de tudo pra minha volta. Traz bons momentos e boas lembranças e leva o tempo ligeiro que eu tenho hoje. Regurgitando tudo que já me aconteceu, faço viver para o futuro minha meta. Coisa que ainda não aprendi. Não aprendi a abrir mão, a quere o novo. Sou conservador demais com a saudade. Leio os textos de Vinicius de Moras sobre amores numerosos e passageiros e estranho. Leio O amor banal e fácil e vejo que eu desconheço. Mas, nos textos do amor totalmente devoto, torço a sombracelha e duvido. Hoje eu quero que venha o novo, mas o passado, enraizado e encravado, vem em ondas e leva meu devaneio sempre pro mesmo lugar.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Bom é querer escrever sem idéias . Ter bons temas e nenhuma frase. Querer expor o que anda passando pelos neurônios e nenhuma palavra consegue se ajustar. Saturação, essa é a palavra. Explicações, diálogos sem mudanças, expectativas sufocantes. É tanta urgência que me cerca e eu quero marasmo, quero paz, aconchego e silêncio. Nunca imaginei a possibilidade de estar cansado da audição. Gosto só do barulho da minha repiração enquanto meu cérebro dança um tango . Seria bom uma boa conversa sobre banalidades e só banalidades. Sem discutir futuro, certo, incerto, nada. Só quero uma boa dose de paz e quem sabe de tequila.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O pior castigo imposto pelos deuses, sem duvida nenhuma, é a velocidade e ferocidade do tempo. Agente vê amigos se tornando conhecidos, conhecidos se tornando desconhecidos. Agente vê pessoas indo e vindo na nossa vida deixando ou não peculiaridades! Eu vejo copas do mundo passadas, forrós em beiras de rede, bebedeiras e gargalhadas em um fim ou começo de noite, tudo isso na memória. Felicidade vai e vem, disse o poeta. Vai e vem de cú é rola! Nada pior que nostalgia em fim de tarde no domingo. Esperança do tempo que amenizaria, ou pelo menos disfarçasse. Mas não, tudo igual. Ou pior ainda, tudo mais embaralhado.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Eu pensei eu desejar sorte,
mas sorte ele já tinha demais e não ajudava.
Pensei em desejar saúde,
mas ele não precisava.
Talvez sucesso,
mas ele ia conseguir de qualquer forma.
Paz, ia entediar.
Amor, já tinha.
Dinheiro, ia estragar o rapaz.
Fama, isso era certo que ele não queria.
Eu, sem um discurso para parabenizá-lo
acabei por optar por um silencioso abraço.
E descobri, sem querer, que era só isso.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Plágio

Frase de Mário Quintana: "não escrevi uma vírgula que não fosse confissão." Se aplica tão bem a mim que parece de minha autoria. E me confessar com essas palavras bate no peito como adrenalina fugaz. Quis dizer tanta coisa para tanta gente que é engraçado hoje eu ter silêncio e muito pouco a mais que silêncio na minha cabeça. Ás vezes passa um pensamento ou outro, daqueles rotineiros dos ultimos meses, mas até esse já está cansado e sentado esperando como eu. Ainda nesse marasmo de alma eu consigo achar um meio sorriso, só por estar feliz pela vida. Controverso só é esse embrulho constante no estômago que já dura muito tempo. Esse aperto no peito já enraizado. O tempo, então, que lubrifique essa máquina e tire a ferrugem. Ou que troque o operador.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Tenho boas metáforas e não sei qual usar. Tenho mundos que não sei por qual andar. Tenho lados não tão opostos, mas as consequencias que eu tenho, essa sim, se opõem brutalmente. Dizer que de toda aflição sairia, ou sairá, boa coisa é balela. Esperar já não dá pé. E eu ainda de pé repito minhas palavras de qualquer forma só pra eu aprender a menosprezar a forma. O que importa é o que enche a alma. Dizer que o coração é são é tão mentira quanto dizer que o esquecimento é destino certo. Fato é, frases iguais nunca se justapõem, se é que entendem minha metáfora!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sorte no jogo. Só no jogo!

Duas frases não saem da minha cabeça. "Sorte no jogo ou no amor" e " O amor tem dessas coisas." As vezes eu tenho a ligeira impressão de que a minha dita sorte no amor é só um carma. Não é sorte isso tudo que acontece, é dor de cabeça. Parece que tudo que se passa no meu coração seria melhor resolvido no intestino, tudo por movimentos involuntários, e depois a gente "vê" o resultado. Eu vejo o tempo passando e eu esperava que as coisas se resolvessem, só o que se apresenta pros meus neurônios já embaralhados são labirintos. Pareço um carro com um motorista bêbado com dois passageiros no meio da linha amarela. Já podemos prever o desastre. Tenho escolhas por fazer, tarefas a terminar. Queria só ter que desfrutar de uma vez. É, eu devo ter muita sorte no jogo, porque no amor tá difícil! hahaha

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Léxico

As palavras, posso afirmar sem medo, são o melhor refúgio que eu pude encontrar. Posso falar verdade como mentira e dizer mentira como se fosse verdade. Eu uso as palavras, principalmente por aqui, pra desatolar tudo que aperta meu coração e embaralha minha cabeça. Vai amenizando o que incomoda. Vai dizendo, enfim, tudo que teve vontade de dizer e não disse. Uso as palavras para esconder. Uso as palavras para ter um barato novo, se tiver. Uso verdades como sse fosse mentiras. Uso mentiras dizendo que são verdades.

sábado, 13 de junho de 2009

Brainstorm

Sabe aqueles dias em que você, impulsionado por qualquer coisa, começa a repensar certas teorias. Começa a contradizer-se e a ver que tudo está controverso como uma estrofe de Gregório de Matos. A impulsão se apresentou a mim através do filme de Cazuza," O Tempo não Pára", e Cazuza era um nome que sempre me descia engasgando por inumeras razões. E a contradição começou quando meu pensamento sobre ele mudou. E a partir daí a maioria das minhas teorias infaliveis de vida começaram a se por a prova. Fui percebendo que a minha energia revolcionária que vem de brince com a juventude não foi usada nunca para alguma coisa notavel. E ao fim do dia eu queria levantar e por em prática todos os meus projetos pra tentar salvar o mundo, não o fiz. Mas essa disposição de pegar e fazer vai se amenizando através da rotina e a maioria dos que, assim como eu, querem mudar o que vêem acabam se calando e cometendo um pecado inafiançável perante os deuses, a indiferença.

terça-feira, 2 de junho de 2009

É loucura!

A loucura começa assim com certeza. Um embrulho no estômago que não é enjôo, uma tentativa frustrante de se expressar através apenas de vogais, nós repentinos na garganta e repetição da frase: " É loucura véi!"
Ensandeci e não sei. Me arrependi, talvez, ou preciso de um grupo de terapia. A loucura está em tentar pensar claramente, agir racionalmente e não conseguir. Ora, se é isso só me resta usar um termo " FUDEU". Me perdoem, mas era o unico que se encaixava. Eu sei que é algum medo. Qual é que eu não sei. Eu sei que vai pender pra algum lado. Qual é que eu não sei. Mas ainda descubro, caso eu não pare na camisa de força.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O que me falta é apenas conseguir alinhar a minha linha de pensamento. Conseguir enxergar com clareza isso tudo e dizer convicto o que passa na mente e no coração. Quero estabelecer os lugares certos para pontos finais, vírgulas, reticências e tenta tirar um pouco dessas interrogações que se entrelaçam fazendo um emaranhado interminável e imbatível. Eu queria era diferenciar o um do outro e o outro do um. O engraçado é quando a cabeça não consegue pensar nenhum segundo claramente. O engraçado é que essa gangorra de ideias está me matando!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Um dia comum rendeu bons argumentos sobre um assunto. Acaso. Destino. A principio era só definição, virou uma vontade real do significado. Dizem que destino é escrito, acaso sorteado. Acaso seria o complemento de nossas escolhas, destino a perda de nosso poder de escolha. Acaso complemento nominal. Destino advérbio, velho conhecido por sua nenhuma variabilidade. Destino cartas embaralhadas, propondo assim cartas iguais a todos, numa ordem aleatória. Talvez entregue ao acaso. Talvez. Destino seria justificativa das maravilhas, do que agente não explica pela ciência, talvez tirando a possibilidade de nós fazermos nossas maravilhas.Destino, linhas em branco esperando uma história. Destino jogo pronto. Acaso, dados. Temos q reconhecer, a teoria do destino sempre barra a tentativa de provar que ele não existe. O destino é um conceito mal definido, mas bem aceito. Destino nos faria coadjuvantes da nossa história, mas agente sabe que todos os protagonistas precisam de um diretor. Diretor que acaba transformando nosso poder de viver em livro já escrito. Qual a graça, enfim? Ler é viver de mentira. É viver de mentira porque não é a sua história, porque são só algumas paginas no qual você se distrai... q a cada pagina você quer saber o que vai passar depois e que chora ou ri do que já passou... é assim a vida, só que em tempo real e amplificado. Eu prefiro viver a ler o que está escrito. Muitos, ler vivendo. O que acontece na verdade quem vai dizer é o mesmo que vai responder o sentido da vida. Não sou eu!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Tempo de tempos em tempos

Um dia ainda vou entender essa coisa toda da vida. Entender o tempo. Agente pára, olha para tras e as vezes quer que volte, as vezes quer que fique mais pra tras. Paro assim, tem dias, e fico pensando em tudo que fiz, que poderia ter feito. Escolhas que não foram minhas, mas podiam ter sido. Lembro bem do tempo que perdi com poses e frases de efeito, só pra satisfazer meu ego e ficar bem a vista alheia. Diferente de hoje, que gosto bem do que sou e do que escolho ser, antes eu era fruto da imaginação de terceiros. Hoje gasto boa parte do tempo reconstruindo o que derrubei.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Versar

Tentei hoje a prosa
mas justo hoje tudo se passa em verso
compromissos, trabalho
presente, falta de grana
Tudo, tudo organizado em estrofes.

A prosa estava muito chata
Cheia de parágrafos e pontos finais
quero mesmo assim
um embaixo do outro
sem aperrear meu juízo

A vida assim tbm
em versos e rimas livres
Sorrisos em estrofes simples!